Outros Textos


Afrodite, senhora do mundo,
não sabia o que fazer.
Tinha o mundo a seus pés
e, na boca,
o sorriso mágico
do amor.

Fugia-lhe contudo
o controlo das mãos
e a felicidade
teimava e não vinha
do amor.

Afrodite, senhora das bocas,
não sabia o que fazer.
Tinha nos homens o seu peito
a memória do amor,
e, um dos seus olhares
bastaria,
para idolatrar o silêncio.

Mas o silêncio nela
existia.
Forte Mudo e Calado
e todo o mundo parecia
desabar
sobre os seus ombros
de oiro.


E as lágrimas corriam
sem cessar e sem saber porquê
dos olhos lindos côr de sol côr de luz e côr de amor
mas a visão loira da vida
não permitia ao fogo escapar.

E Afrodite pobre e sem valor
morreu e perdeu-se
nos braços dos seus amantes.